terça-feira, 18 de junho de 2013

As manifestações e a cachaça!


Neste momento, até mesmo os mais céticos percebem que o Brasil está passando por um importante momento histórico que deixará marcas em sua estrutura e história.

O que talvez pouca gente saiba é que mostrar sua insatisfação e protestar contra a situação é comum aos brasileiros desde o período colonial, inclusive por conta de nossa bebida nacional. A história da cachaça está ligada diretamente ao nosso país, desde a época da colonização, tendo, portanto, influência significativa na formação sócio–antropológica brasileira.

Se hoje – desde 1994 – a cachaça é, por lei, definida como “produto cultural” do Brasil, ela enfrentou maus momentos em meados do século 17. Durante o período colonial, o consumo de cachaça aliou-se ao desenvolvimento das primeiras plantações de cana-de-açúcar formadas pelos colonizadores portugueses. Sendo a bebida fruto de um processo manufatureiro, a cachaça brasileira logo se tornou alvo de oposição da administração colonial portuguesa.

Acontece que a valorização da caninha resultou na desvalorização da bagaceira e dos vinhos provenientes da Corte Portuguesa que proibiu o consumo da bebida em 1635. Como a medida não surtiu tanto efeito, os portugueses lançaram, em 1659 novo decreto real que proibiu o comércio da cachaça e apertaram o cerco aos produtores com ameaças de deportação, apreensão do produto e destruição dos alambiques.

Em 1660, indignados com os altos impostos e perseguidos por vender sua bebida, os donos de alambiques tomaram o poder no Rio de Janeiro. Era a Revolta da Cachaça, movimento que abriu caminho para a legalização da bebida, que ocorreu em 13 de Setembro de 1661 por Ordem Régia. Foram derrotados, mas ganharam o respeito de Portugal.


Hoje, mais que um patrimônio cultural, a cachaça aparece como um símbolo de resistência contra a dominação e representante da identidade nacional.O dia 13 de setembro entrou para história do Brasil bem como o 17 de junho será lembrado pelas gerações futuras!

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